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A educação e a relação com a paz

A educação e a relação com a paz

A paz é um processo contínuo e permanente: “Não há caminho para a paz, a paz é o caminho.” (Gandhi)

Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. O conhecimento, é uma forma de compreender a verdade, é um apanhado de elementos limitados pela nossa possibilidade de apreender e assimilar. O aprendizado é uma relação de interdependência entre o sujeito e seu meio. É construído a partir da ação do sujeito sobre o objeto de conhecimento, interagindo com ele, sendo as trocas sociais condições necessárias para o desenvolvimento do pensamento.

A aprendizagem acontece através de um processo de interação, dos traçados de significação que possibilitam a declaração de relações com o novo na busca de uma nova harmonia. Busca-se aprender conteúdos, aprofundar julgamentos, metodologias que ajudam o sujeito a desenvolver a habilidade de continuar aprendendo, num procedimento contínuo e simultâneo de questionar-se.

No entanto, a educação precisa de diversos olhares para auxiliar a entender e a conceber as relações todo/partes, unindo e interligando os saberes, tendo com pano de fundo a tecelagem formada pela interação e interdependência de seus elementos, transformando-se assim, em um conhecimento pertinente. A construção do conhecimento deve ser capaz de apreender os objetos em seu contexto, sua complexidade, seu conjunto. A idéia deve basear-se em situar as relações mútuas e as influências recíprocas entre as partes e o todo em um mundo complexo.

É necessário ensinar princípios de estratégia que permitam encarar o inesperado e o imprevisto, e alterar seu desenvolvimento em benefício das informações contraídas ao longo do tempo. Devemos procurar desenvolver a consciência de que o ser humano é ao mesmo tempo indivíduo, parte da sociedade e parte da espécie (ética do gênero humano). A condição de “ser humano” relaciona-se ao desenvolvimento das autonomias individuais, das participações em sociedade e do sentimento de pertencer à condição humana. 
Além do mais, devemos como educadores assumir o compromisso de propiciar momentos para a construção da cidadania planetária, baseada na responsabilidade universal, frente à complexidade do mundo contemporâneo, como exigência de articular a heterogeneidade dos contextos, as subjetividades, as identidades e os saberes. A educação do futuro deve ser questionadora, indagando sempre as incertezas ligadas ao conhecimento.

Na sociedade contemporânea, onde a competitividade é o ponto forte, temos que buscar a paz entre os cidadãos. A educação para a paz deve ser basicamente uma meta a ser atingida. A paz converte-se num processo contínuo e acessível em que a cooperação, o recíproco entendimento e a confiança em todos os níveis ajustam as bases das relações interpessoais e intergrupais. Na educação para a paz devemos buscar mudar o modo de sentir, que muda o modo de pensar, que muda o modo de falar, que muda o modo de agir. A cultura da paz baseia-se no diálogo, que visa abrir questões, estabelece relações, compartilha idéias, questiona e aprende, compreende, faz emergir idéias, busca a pluralidade de conceitos.

Ao incorporarmos a cultura da paz em nosso cotidiano, nos disponibilizamos ao diálogo, a escuta, a tolerância, a generosidade, ao comprometimento, mas, também à consciência do inacabamento, ao reconhecimento de ser condicionado e da dupla existência da verdade. Tendo consciência do processo de inacabamento, constatamos que a educação é uma formação continuada, que dura toda a existência.

 
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